Quando minha filha nasceu, em 1994, eu trabalhava durante período integral com o coordenadora em uma associação cultural. Era algo que eu gostava muito, e que me trazia um bom retorno financeiro.
Mas a chegada dela fez com que eu reavaliasse minha vida.
Trabalhar fora de casa, naquele momento, me parecia algo insano. O que poderia ser mais importante do que criar minha filha e acompanhar cada progresso seu?
Descobri que PARA MIM, não fazia sentido sair para realizar qualquer outra coisa.
Aquela era a minha tarefa, e seria a minha realização.
Em maio ela completa 15 anos. Tenho outros dois filhos, passei bastante tempo só com eles, já trabalhei fora, já trabalhei em casa; passei por situações difíceis e por momentos maravilhosos, mas a minha prioridade sempre foram as crianças, e nunca questionei a minha escolha.
Na busca pela igualdade de direitos, autonomia nas decisões, independência financeira, acho que nós, mulheres, perdemos um pouco nosso rumo.
Ao invés de sermos reconhecidas e remuneradas pelo papel que já desempenhávamos, ou de lutar por uma troca, por uma divisão de papéis, saímos em busca de mais responsabilidades, criando expectativas insanas que nos trouxeram frustração e culpa. Qual o preço que estamos pagando por essa emancipação?
Às mães que escolhem não trabalhar, resta a imagem da mulher incapaz, incompetente, acomodada e antiquada.
Respeito a opção de todas as mães que trabalham, mas quero ser respeitada também.
Acho que é o momento de refletirmos e ajustarmos essas medidas, entendendo que cada pessoa é livre para decidir o que é melhor para si e para o funcionamento da sua família, e principalmente, atribuindo o real valor ao papel da mãe, que por tanto tempo foi considerado inferior e obrigatório.
E vocês, como se sentem em relação a isso?
Um abraço,
Dany
domingo, 15 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Oi Dani, muito pertinente o assunto. Nao sou casado e nem tenho filhos ainda, mas acho que você tem toda razão quando menciona que cada mulher sabe de si e do tempo que quer despender com a própria família. Tenho apenas uma ponderação que acho importante: qual é a hora de parar e voltar ao mercado ou redirecionar uma parte dessa energia voltada a cuidar da família e dos filhos? A gente sabe que filho é criado para o mundo, chega o dia e bate asas. Creio que se a mulher nao se preparar para essa momento, vai ter problemas sentindo falta "da cria" em volta, não? Hoje em dia não é raro os filhos se espalharem por outras cidades, quando não outros países.
ResponderExcluirOla Dani, sempre encuquei muito com esse assunto, sempre trabalhei e depois do meu segundo filho acabei parando de trabalhar digamos sem querer! Tinha a minha propria empresa ela fechou e com filho pequeno nao tinha como procurar trabalho. Mas isto se prolongou demais e me senti sempre mal com isto. Acho que tem haver com a pressao que a sociedade faz na cabeça da nova mulher de ser independente. Eu sempre gostei de ser independente e quando nao pude mais me senti incompetente. Agora estou tentando retomar meu lado profissional e entrar no ritmo depois de 8 anos...Queria ser mais cool com o fato de nao trabalhar, mas simplesmente nao consigo!
ResponderExcluir